SÉRGIO FLORES DE CAMPOS
PROSA, VERSOS E OUTRAS FALAS
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O MOTIVO DA METÁFORA : DOS GIRASSÓIS, DA ARTE E DA ADMIRAÇÃO - PARTE I

 

A metáfora é provavelmente a potência

mais fértil que o homem possui [...] parecendo

um brinquedo da criação que Deus

esqueceu dentro de uma

de suas criaturas [...]

(ORTEGA Y GASSET, 2021, p. 43).

 

   O Motivo da Metáfora

   De pronto é esclarecido que o motivo da metáfora está direcionado à presença do Ser na Realidade . A realidade emerge do mistério de estratos de ordem e desordem, suscitando temeridade, curiosidade, melancolia e resignação. Nela o ser opera para manter a própria unidade vital, sob duplo esforço: compreendê-la e, ainda, a si mesmo.

Na instância da imaginação e da linguagem, a metáfora aparece como uma necessidade para que haja a interação da pessoa com as sutilezas do mundo. Ela pode aparentar absurdidade ao dizer que uma coisa é outra parecendo ser uma só, mesmo assim cada uma permanece sendo o que é. Essa peripécia joga com a lógica mostrando um mundo absorvido pela mente humana. A seguir apresenta-se uma construção sobre a memória e imaginação utilizando-se a figura de linguagem:

Memória é um registro [...] É um museu encantado, uma loja feérica de antiquário em

que os objetos se agitam, laçam, mudam de forma e de cor,

sem que o proprietário consiga dois minutos de ordem e boa arrumação.

[...] imaginação; essa câmara de projeções combinadas,

que superpõe espetáculos, que aproxima vulcões, estrelas e rosas [...]

(CORÇÂO, 2018, p. 222-223).

 

   Considerando-se que existe um chamado da realidade, então, a resposta dada pelo ser humano tem raiz na atividade criativa e aparece como arte e pensamento, tal qual propõe Joshua Heschel:

Assim como nenhuma flora jamais manifestou em toda a sua plenitude a vitalidade

oculta da terra, também nenhuma obra de arte conseguiu comunicar

a profundidade do inexprimível em cuja vizinhança vivem as almas dos santos, dos poetas e dos filósofos.

A tentativa de transmitir o que vemos e não podemos dizer é o tema eterno da sinfonia

inacabada da humanidade, um empreendimento nunca concretizado

(HESCHEL, 2021, p. 144. Tradução Livre).

 

   A tensão, entre o expressável e o inexpressável, é experimentada quando se tenta transpor em palavras a experiência diante da noite escura e do céu estrelado. Então, surgem as figuras de linguagem e as narrativas para decodificar o que se apresenta em potência, o vir a ser. Assim, o sujeito inclina-se sobre os mistérios utilizando-as como um adicional que ameniza dilemas e insatisfações perante indagações que persistem e, desta maneira, passa do “não sei” para “é possível que seja”. A mitologia e sua sabedoria nos serão sempre uma emergência na medida em que a curiosidade ante a universalidade nem sempre pode ser satisfeita por um domínio conceitual especializado. A razão contempla, portanto, essa abertura imaginativa a todas as possibilidades da experiência. O ser humano instala-se no mundo a partir de narrativas unificadoras para que tanto ele, quanto a comunidade, alcancem ordem e sentido.

   A palavra, a narrativa, ritos, as artes, como partes estruturais da cultura, servem para colocar o ser humano nessa realidade levando-o à intuição, à expressão e a criação de vínculos com outras pessoas e com o mundo. Exemplifica-se tal abordagem por meio do simbolismo do círculo encontrado nos rituais em distintas épocas e lugares. Nota-se que há um liame entre a simbologia e a busca da harmonização do indivíduo consigo mesmo, dele com a realidade e com a divindade (CAMPBELL, 1990, p. 226-228; JUNG, 2022, p. 18-19 e p. 323). Dos índios Navajos aos monges tibetanos o uso da mandala (palavra sânscrita para círculo), aparece em pinturas no chão em que o ritual, ou de cura, ou de meditação, propõe uma passagem da pessoa por distintos aspectos da sua vida para, então, encontrar seu centro e harmonizá-la com o centro do universo. Não é menos significativo o simbolismo de união trazido pela aliança de casamento. Na prática, a relação entre o círculo e a instalação da pessoa na realidade pode ser verificada quando o sujeito, tentando localizar-se, percorre o olhar ao seu redor e, ao completá-lo, forma um círculo visual que lhe permite estabelecer minimamente onde está.

   Note-se que deste pressuposto, de dizer de uma possibilidade por meio de uma expressão eixo representando um todo, nem a própria ciência pode prescindir, pois, ela própria escora-se em uma narrativa a partir dos parâmetros de verdade e da qualidade de vida: “[...] a busca cuidadosa e imparcial da verdade tornará o mundo um lugar melhor para todas as pessoas, ao reduzir o sofrimento, prolongar a vida e produzir riqueza” (PETERSON, 2021, p. 311). Mas, vale dizer, que o espírito científico não acolhe com satisfação o simbolismo (JUNG, 2022), pois, não consegue apreendê-lo, reduzi-lo e dar-lhe um sentido lógico e conceitual:

O problema com esse tipo de fenômeno é que são fatos que não podem

ser negados, mas que também, não podem ser formulados em termos racionais.

Para fazê-lo precisaríamos compreender a própria vida,

pois é ela a grande criadora de emoções e ideias simbólicas

(JUNG, 2022, p.113).

 

   Nesta mesma esfera de tentativa de redução conceitual, a própria Psicologia enfrenta limitações, já que o fenômeno dos afetos (emoções) não encontra uma definição absoluta. Ou seja, a complexidade humana não pode ser enjaulada por linhas de pensamento.

   Em mais um exercício analógico, sugere-se estabelecer uma relação entre a narrativa da ciência e a narrativa da literatura e do cinema. Podemos trazer aspectos da obra Admirável Mundo Novo de Aldous Huxley, 1984 de George Orwell ou filmes como Guerra Nas Estrelas, em que suas narrativas dizem dos avanços tecnológicos, contudo, não necessariamente capazes de salvar a humanidade ou manter sua dignidade. Há uma atração inevitável entre a sanha de poder, e controle sobre as pessoas, com a tecnológica. O poder também é abordado por John R. Tolkien em O Senhor dos Anéis, onde o mal é vencido pela humildade e pela sinceridade. Ora, não menos revelador é perceber que a narrativa mítica da queda do ser humano do paraíso relaciona-se com a falta de humildade, pois, o orgulho, a pretensão de ser como deuses, traz o substrato do conflito entre o ser que deseja e o ser frustrado por não conseguir alcançar o seu capricho.

   Tais perspectivas permitem um raciocínio a respeito de uma infinidade de hábitos modernos. Sendo a narrativa da ciência a busca da “qualidade de vida”, denota-se que os avanços tecnológicos, na prática, trazem efeitos paralelos em que elementos essenciais são deixados à margem para serem trazidas ao centro outras demandas, tal qual a busca obsessiva pelo maior número de seguidores e “curtidas” nas redes sociais, sem falar em distúrbios neuropsicológicos decorrentes do uso desordenado de aparelhos eletrônicos. Soma-se a tais efeitos colaterais a ruptura de preceitos éticos, examine-se a possibilidade de alguém utilizar de bancos de dados, através das chamadas “inteligências artificiais”, para criar textos como se fossem da sua própria autoria.

   Retomando a relação entre a realidade e o ser humano, encontra-se no poema o Motivo da Metáfora de Wallace Stevens mais uma reflexão sobre os polos derivados desse processo relacional que tem de um lado o confronto e o ressentimento, e de outro, a compreensão e a aceitação:

 

“[...] O obscuro luar e o obscuro mundo/

De coisas que nunca seriam totalmente expressas, /

Onde você mesmo nunca foi totalmente você mesmo/

E não queria nem tinha que ser, /

O motivo da metáfora, encolhendo-se /

Do peso do meio-dia primário, /

O ABC do ser” (FRYE, 2017, p. 26).

 

   Veja que o “peso do meio-dia” significa o mundo objetivo, misterioso e assustador. Já o universo menor é o próprio sujeito na resolução de enigmas utilizando-se do alfabeto que tanto está presente em si, quanto é absorvido da realidade objetiva. É pela integralidade que o continente e o conteúdo interagem. O poema, no seu ceticismo, provoca elementos como o ser, a realidade, ciclos, imaginação, a inteligência, a linguagem e a vida. Por essa abrangência tende-se a levar em conta que, se há o confronto entre o ser e aquilo que o cerca, em um estado incoerente de ressentimento e incompreensão, então, isto ocorre a partir de um ser fechado em si e que, no seu egocentrismo, jamais encontrará a harmonia. Somente haverá a harmonia ao se transcender , acolhendo a universalidade. O filósofo português Agostinho da Silva referiu-se a essa abertura e acolhimento da realidade da seguinte forma: “[...] Em lugar de ‘penso logo existo’, empregue o ‘sinto, e só existo quando sinto’, e por sentir, ‘o universo existe’ e verá como se lhe abre diante uma larga estrada de entendimento, de fraternidade e útil trabalho” (SILVA, 2019, p. 65).

   Outro ponto observado é a autenticidade ao dizer das coisas, a inteligência inclina-se em direção à verdade, pois, ninguém cria uma argumentação e, ao fim, conclui que é falsa. Em relações cotidianas, há a presença da mentira, jogos de aparências e poder, além de dissimulação e manipulação. Nisso reside a má metáfora. Ela mata a boa metáfora ao distorcer a verdade que deveria ser reconhecida, ou ao limitar o leque de possibilidades que o mundo apresenta. Da má metáfora se chega à ausência da metáfora, quando a linguagem, deformada e meramente aliciadora, torna o ambiente estéril de humanidade, de excelência e de sabedoria. Nele sucumbem a ordem, o bem e a beleza substituídos pela obviedade, pela vulgaridade e pela violência. Neste caso a imaginação dá lugar à fantasia , onde se acomodam os ressentidos e os conformados. Depreende-se que a fantasia gera sentimentalismo, já a imaginação, provoca a emoção e o intelecto.

   O motivo da metáfora é associar a mente humana àquilo que transcorre fora dela. Mesmo que se alcance apenas uma parcela desta realidade, experimenta-se o sentimento de que se é parte daquilo que é conhecido (FRYE, 2017, p. 28). A metáfora como substrato das expressões em geral, em sua forma espontânea, insere-se em um ciclo virtuoso da imaginação e da inteligência. Quanto mais enriquecida for a imaginação, mais abrangente torna-se a capacidade perceptiva e intelectiva. A aquisição da linguagem pelo recém-nascido acelera o seu amadurecimento intelectual e afetivo e, assim, influencia o desenvolvimento físico e psíquico: “[...] é a palavra que faz nascer o pensamento abstrato e a consciência” (NGHIEM. 2018, p. 40). A linguagem permite ao ser humano o pensamento, o impulso ao senso de continuidade e a busca do que há para além do momento presente. A vida humana é narrativa e projetiva.

   Analisando esse aspecto da linguagem e do amadurecimento, intui-se que hoje se vive o exílio da palavra. Há um mundo de distração e entretenimento, um mundo de imitação, de vulgaridade, de mediocridade, enfim, nem mais se conta uma piada pela própria boca, pois se usa para isto o vídeo trazido de um arquivo fartamente “encaminhado”, solidificando, desta maneira, o mundo do recesso do cérebro e da alma. Em tal ambiente o ser humano, desprovido da capacidade reflexiva, é colocado de costas para a realidade (LLOSA, 2013, p. 67).

   A maturidade da consciência permite diferenciar os sentimentos pessoais da realidade. Ela permite diferenciar entre o sentimento surgido diante de um objeto e a compreensão do que ele é, além do seu âmbito de possibilidades. Em um exemplo particular no campo da educação, aventa-se a confusão que prospera em uma cultura livresca, aquela das referências ad infinitum de textos enterrados em outros textos, que trazem expressões jamais sopesadas, porém, por parecerem profundas e por emocionarem, tornam-se chavões plasmados nos discursos em que ao se trocar o sujeito falante, outra boca continuará a repetir as mesmas palavras. Indo em sentido contrário, ao se exercitar o ato cognitivo e identificando-se tal vaporosidade, é possível a superação de tal estado pelo alcance da percepção da experiência vivida em seu processo real e, por fim, conclui-se que uma palavra, uma opinião ou conceito podem não corresponder ao fato objetivo. Para JUNG (2022, p. 122) as palavras podem tornar-se vazias e destituídas de valor se não tiverem relação com o indivíduo vivo, acresça-se, com a realidade.

   Nesse tipo de balburdia, em que os afetos passam a ser a realidade, criam-se profundos obstáculos à comunicação e à compreensão. Seria como uma reunião de perturbados atomizados defendendo superficialidades, sob fantasiosa sabedoria cristalizada em expressões enigmáticas. O efeito de tal comportamento estaria na incapacidade de se intuir o outro ou captar o que está sendo dito, enfim, uma vida de faz de conta. Uma pessoa compreende a outra pelo que é análogo a ela, em sinceridade compartilhada. Na ordenação de afetos e na preparação para a abertura de possibilidades é que se alcança o sentido da educação e da arte.

   A realidade é uma experiência orgânica plena, que abrange o pensamento lógico, mas o treino restrito a tal pensamento pode fragilizar a imaginação. As crianças, em sua inocência, possuem uma consciência integral e experimentam a vida diretamente sem uma distância mental. O que seria interessante avaliar é o quanto o mundo moderno fragmenta essa integralidade por meio dos seus processos culturais e educacionais. O quanto contribui para uma lógica divorciada da imaginação, em um mundo de ideias que ocupam o lugar do mundo como tal. Um processo em que o signo e o significado se apartam do significante. A educação e arte deveriam estar direcionadas à preservação da: “[...] totalidade orgânica do homem e das suas faculdades mentais, de modo que quando passasse da infância para idade adulta [...] mantivesse contudo a unidade da consciência que é a única forma de harmonia social e de felicidade individual” (READ, 1982, p. 90).

   A manutenção de unidade vital, instante em que o ser humano maduro experimenta a conexão com os outros e com o mundo, parte de um senso estético, percorre a percepção e chega a consciência. Portanto, linguagem, arte e ciência interagem para que o ser humano esteja na realidade e se aproxime de apreensões que a expressem e a expliquem, mesmo que parcialmente.

   Dentro desse vasto panorama, nada é mais justificável do que enfatizar a atenção a esse ente ao qual não se pode renunciar: “A realidade não é só física; é também, humana, pessoal, social, histórica. Suas estruturas são complexas e por isso mais difíceis de descobrir e precisar, mas nem por isso são menos efetivas” (MARÍAS, 2003, p. 24). Em sendo complexa nem a justificativa de sua transformação sob o pretexto de correção das imperfeições humanas, ou a suposta possibilidade de instalação de um paraíso terrestre, poderia acolher experimentos que a subvertam ou a sacrifiquem. Certamente, em uma ação de transformação desse tipo os parâmetros seriam permeados pelas mesmas imperfeições e incompletudes. Além do mais, nesse tipo de experimento contra a realidade, tanto o desejo de poder, quanto o reducionismo do ser humano a um estado de conformismo e animalidade são seus elementos constituintes.

   A cultura oferece um conjunto de signos nos quais se encontram as diversas formas de Arte, neste conjunto transparece a globalidade da metáfora como expressão de uma impressão, como uma interrogação, como resposta e sugestão a impulsionar o ser humano. Na medida em que há a captura de elementos do mundo real, ainda há a necessidade de uni-los para que a realidade, então, seja compreensível ou que seja considerado aquilo que lhe é possível. Tal elaboração é realizada na memória e na imaginação. Nessa dinâmica ocorre o salto imaginativo que é necessário para a ação do sujeito no mundo. Ora, quanto mais enriquecido o imaginário do ser humano, maior a potência deste salto, maior a capacidade associativa, maior a capacidade de alargar possibilidades, maior a abertura da sua subjetividade à objetividade da realidade, restando uma melhor compreensão do mundo e alternativas de ação.

 

(Continua. Parte II: Imaginação; Falta de Imaginação e Desordem; Tao, Do Amor Ordenado e Da Humildade)

 

 

 

Referências Bibliográficas

CAMPBELL, Joseph. O poder do Mito. Tradução Carlos Felipe Moisés. Palas Athena. São Paulo, SP, 1990.

 

CORÇÃO, Gustavo. Lições do Abismo. CEDET, Campinas, SP, 2018.

 

DALRYMPLE, Theodore. Podre de Mimados: as consequências do sentimentalismo tóxico. Tradução Pedro Sette-Câmara. 1ª ed. É Realizações. São Paulo, SP, 2015.

 

FRYE, Northorp. A Imaginação Educada. Tradução Adriel Teixeira, Bruno Geraidini e Cristiano Gomes. Vide Editorial, Campinas, SP, 2017.

 

HESCHEL, Joshua Abraham. El Hombre No Está Solo. Edição Seminário Rabínico. Buenos Aires, Argentina, 2021.

 

ITURRALDE, Cristián Rodrigo. A Escola de Frankfurt. Tradução Thaís Nicolini. Vide Editorial. Campinas, SP, 2022.

 

JUNG, Carl. O Homem e Seus Símbolos. 3ª Edição. Tradução Maria Lúcia Pinho. Editora Harper Collins, Rio de Janeiro, RJ, 2022.

 

LLOSA, Mário Vargas. A Civilização do Espetáculo: Uma radiografia do nosso tempo e da nossa cultura. Tradução Ivone Benedetti. 1ª Edição. Objetiva. Rio de Janeiro, RJ, 2013.

 

ORTEGA Y GASSET. A Desumanização da Arte e Outros Escritos. Vide Editorial. Tradução Wagner Shadeck. Campinas, SP, 2021.

 

MARÍAS, Julián. Tratado Sobre a Convivência: Concórdia Sem Acordo. Tradução Maria Estela Gonçalves. Martins Fontes. São Paulo, 2003.

 

NGHIEM, Minh Dung. Música, Inteligência e Personalidade. Tradução Felipe Lesage. Vide Editorial. Campinas, SP, 2018.

 

PETERSON, Jordan. Além da Ordem: Mais 12 Regras Para a Vida. Tradução Wendy Campos. Editora Alta Boocks. Rio de Janeiro, RJ, 2021.

 

QUINTÁS, Alfonso López. A Tolerância e a Manipulação. Tradução Gabriel Perissé. É Realizações. São Paulo, SP, 2018.

 

SILVA, Agostinho da. Filosofia Enquanto Poesia. Organização Amon Pinho. É Realizações. São Paulo, SP, 2019.

 

READ, Herbert. A Educação Pela Arte. Tradução Ana Maria Rabaça e Luiz Felipe Teixeira. 3ª Edição. Edições 70. Lisboa, Portugal, 1982.

 

 

 

SÉRGIO FLORES DE CAMPOS
Enviado por SÉRGIO FLORES DE CAMPOS em 26/10/2024
Alterado em 31/10/2024
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